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Opinião: "Roleta Russa" de Miguel Castro


"Roleta Russa”

De Miguel Castro

Hoje apresentamos um livro com um teor diferente, Miguel Castro, dá voz à sua revolta em Roleta Russa. Revolta porquê?

Imaginem-se a acordar com uma dor no peito que não cessa, dirigem-se ao hospital, pensando que serão prontamente assistidos, e eis que a vossa vida dá uma volta de 180º.

De um homem activo passou a reformado, tudo devido a 3 enfartes, sendo que, o primeiro de todos, e causa dos seguintes, não foi devidamente diagnosticado.

Roleta Russa traz-nos um relato na primeira pessoa, onde são apresentados factos e provas daquilo que é relatado.

Uma batalha em tribunal é iniciada para punir aqueles que terão errado. Surgem as questões de erro médico, dos direitos dos doentes, dos deveres dos centros hospitalares, estarão os tribunais aptos a decidir estas questões?

São enumeras as questões a que o autor, de uma forma muito pessoal e íntima vai respondendo com a sua opinão e a sua perspectiva.

Muitas das vezes a luta contra aqueles que aplicam a medicina não é fácil o que poderá resultar na frustração daqueles que tentam fazer valer os seus interesses e direitos.

Ao ler o relato do autor, este passou-nos a ideia de uma grande revolta e uma enorme necessidade de partilhar com toda a gente o que se passou consigo.

Pessoalmente ficámos alerta e com toda a certeza mais atentos a pequenos pormenores que não esqueceremos, mesmo num momento de aflição.

O autor teve ainda o cuidado de ir explicando o que é o enfarte e os seus sintomas, descodificando alguma da linguagem médica, quanto a nós, tornou tudo mais compreensível.

É sem dúvida um relato alarmante, no entanto, não deixa de ter pequenas notas de humor, que nos pareceram características da personalidade do autor.

Consideramos que será um bom livro, esclarecedor e que toca questões que têm estado na ordem do dia. Não nos esqueçamos dos problemas que têm sido levantados, nomeadamente, quanto ao tempo de espera dos hospitais e que tantas vidas tem ceifado.

Permitam-se a leitura deste relato e fiquem alerta.

Deixamo-vos um pequeno excerto deste testemunho:

"Pelo que tinha percebido na altura,o Dr.(...) não tinha sabido ler o meu electrocardiograma e tinha partido para outro diagnóstico sem que o pudesse fazer.

Isto por si só está muito errado porque o médico, não sendo cardiologista deveria ter-me mandado para um, depois do diagnóstico que me atribuiu. Munido da informação que tinha na altura, escrevi uma queixa ao (...) acerca do médico e do seu atendimento."

in Roleta Russa, pág. 76, de Miguel Castro

Qual terá sido a posição do médico e do hospital? Terá havido justiça? Estaremos protegidos?

Não deixem de conhecer este relato impressionante. Mais uma vez, um alerta!

A nossa classificação: 4

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