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Opinião: "O velho sábio das montanhas" de Pedro Belo Clara


"O velho sábio das montanhas”

De Pedro Belo Clara

Pedro Belo Clara no seu mais recente livro “O velho sábio das montanhas” transporta-nos para um cenário quase fantasioso e mostra-nos o quão mestre é com as palavras.

Não somos leitores compulsivos de poesia, à medida que o blogue tem vindo a crescer e a chegar a mais autores e a mais leitores têm-nos sido recomendados novos poetas, em várias ocasiões aceitámos o desafio de ler e falar sobre a poesia que lemos, e esta é uma dessas alturas.

Não nos podemos ainda afirmar como fãs de poesia, talvez por ainda não termos, efectivamente encontrado um autor que nos faça senti-la como dizem que a poesia deve ser sentida, no entanto, encontrámos uma nova satisfação ao ler Pedro Clara.

Despretenciosamente afirmamos ser o autor mágico com as palavras que escreve. Conseguimos sentir a poesia, poesia esta que foge à rima, o que nos agradou, que não se prende a rígidas regras e que simplesmente o é… poesia.

Gostámos da introdução em prosa que é feita, “O velho sábio das montanhas” começa com a narrativa de uma história onde há a expectativa da chegada de um ancião que irá falar para todos os que o queiram ouvir, toda a descrição da sua chegada revela a ansia de todos o que o aguardam. Consideramos uma introdução inteligente ao conjunto de poemas que se seguem, que mais não são do que a fala do velho sábio.

Deixaremos um exemplo de um poema, que como os restantes reflectem uma visão simples de tudo o que nos rodeia:

“A cada passada tua,

O mundo move-se contigo –

Levemente correndo

Como águas de um rio

Que desagua ao largo do Infinito.

Tão natural assim,

Como o suceder dos dias,

Vão-se os cenários diversos,

As cores e os perfumes –

Sem que um pedaço deles

Se não una ao pedaço que és.

(…)”

In O velho sábio das montanhas, pág. 81, Chiado Editora

A nossa classificação: 4

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