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Opinião: "Passagem para o horizonte" de Gonçalo Cadilhe


"Passagem para o horizonte"

De Gonçalo Cadilhe

Por sugestão de um seguidor quisemos ler um trabalho de Gonçalo Cadilhe, um nome já conhecido na literatura de viagem. Neste seu mais recente trabalho dá-nos a conhecer aquela que, nos dá a perceber, ter sido a viagem da sua vida, para assinalar a feitura dos seus 40 anos de existência.

Nesta sua viagem o objectivo era claro: surfar as melhores 12 ondas. Ondas estas que o autor seleccionou de entre aquelas que considerava as melhores do mundo.

A viagem foi de um ano, uma onda por mês, cada uma num país diferente. Um livro interessante e que aconselhamos a todos aqueles que gostam de viajar e de surfar, no entanto, não deixa de ser também interessante para aqueles que, como nós, não percebemos nada desta modalidade, uma vez que ao longo da sua narrativa, Gonçalo, vai-nos esclarecendo e contando pormenores sobre aquela que é a sua forma de viver.

Um relato na primeira pessoa, de uma viagem feita com poucos recursos, à volta do mundo em busca da onda e das condições perfeitas. Ficamos a conhecer as dificuldades por que passam os amantes do surf e como são olhados pelos habitantes de cada um dos locais por onde passam. Não nos esqueçamos que em determinados pontos do mundo o surf é uma forma de levar turistas a zonas onde pouco mais há do que meia dúzia de estabelecimentos, sendo por isso, um meio de subsistência para os habitantes; noutros locais ainda, os turistas que buscam as melhores ondas não são muito bem vindos e têm de respeitar uma apertada hierarquia dentro de água, se quiserem surfar.

É neste ponto que o autor ganha pontos, ao nos dar essa percepção e nos fazer compreender que o mundo, embora seja agora apelidado de “aldeia global”, não é de todos, e que em muitos locais existem regras e círculos fechados.

Gostámos do livro, e das fotografias que o acompanham, bem como os mapas que ilustram a viagem.

Deixamos-vos umas passagens do livro:

“Mas, entretanto, o surf tornou-se uma banal actividade desportiva praticada por malta completamente integrada na sociedade, basta pensar num fenómeno muito curioso em Portugal neste momento: os pais vão pôr os filhos nas escolas de surf ao sábado à tarde e acabam também eles por ser alunos. (…)”

In Passagem para o horizonte, pág. 93, Gonçalo Cadilhe, Clube do autor.

“(…) quando desço a primeira onda que passa ao meu lado, a acompanhar a crista, um bando de golfinhos. Assusto-me primeiro. Depois, compreendo. Querem brincar.(…)”

In Passagem para o horizonte, pág. 227, Gonçalo Cadilhe, Clube do autor.

Classificação: 4

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