Opinião: "O livro da papoula" de Luisa Demétrio Raposo
"O livro da papoula"
de Luisa Demétrio Raposo
Pegámos neste livro sem qualquer expectativa, não sabíamos o que lá vinha. Depará-mo-nos com um livro pequeno, com não mais de 30 páginas e de um vermelho vivo.
Quando pusemos os olhos na sinopse começámos a vislumbrar um pouco do que lá vinha a palavra "erógena" e a expressão "recôndita a intimidade" dizia-nos que seria um livro para adultos.
Mas desengane-se que ache que estamos diante o livro pornográfico ou algo do género. Porque não estamos.
O que encontramos é quase uma ode ao sexo, ou melhor dizendo, aos órgão sexuais. E tudo gira à volta disso. Uma veneração ao acto e aos órgãos.
Um livro que, embora pequeno, não é de leitura rápida. Usando e abusando a autora de vocabulário complexo e elaborado. Não é uma leitura fácil.
Embora seja um tema interessante e pouco usual acabamos por nos sentir a andar em círculos e a ler sempre o mesmo, será, provavelmente, apenas uma sensação nossa, mas foi a que nos ficou. No entanto, enquanto ponto menos positivo, pensamos que se torna mais evidente que se a autora tivesse simplificado mais aqui e ali estaria perfeito e, sem dúvida, alcançável por um maior número de leitores.
Não é aconselhada a leitura a pessoas mais conservadoras, ou, contrariamente, talvez devam mesmo lê-lo ;)
Sem dúvida um livro sem vergonhas e preconceitos.
Classificação:
- Escrita: 7
- História: 8
- Revisão do texto: 9,9
- Complexidade: 7
- Trabalho gráfico: 7
Total geral: 7,78
0 - Péssimo
1 a 3- Muito Mau
4 a 5- Mau
6 a 7- Satisfatório
8- Bom
9 - Muito Bom
10 - Excelente!
Mais informações em: Livros de Ontem
Sinopse
A papoula é a memória erógena aonde se revela recôndita a intimidade em tudo o que se une além corpo e só é distinguível na exaltação que se sente através de desequilíbrios dispersos onde o meu e teu infinito acontecem, e de onde se erguem internas as carnes libidinosas e as curvas dilatam o sangue vermelho e, crua mente, desatam a visão que pulsa convertendo a vulva em um só clarão… lá aonde o pénis é grande, forte e duro e na estridência indefinível de um rude luar, morre ao exprimir-se bem a meio das pernas e na mais agraz e abrasadora narração, o sémen.