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Opinião: "A busca do impossível - Volume I" de Astha Corrêa


"A busca do impossível - Volume I"

de Astha Corrêa

Bem. Em primeiro lugar devemos agradecer à autora por nos ter cedido um exemplar do seu livro e por se ter submetido a "crítica". Agradecemos também a sua simpatia ao se disponibilizar para ir conversando connosco e ir respondendo às nossas dúvidas à medida que íamos lendo o seu livro.

Pois é, porque houve dúvidas. Este primeiro livro da autora revela várias coisas e uma delas é uma escrita ainda muito verde e a necessitar de um grande trabalho.

Normalmente não falamos da revisão do texto (já sabem que entendemos que isso é trabalho das editoras), mas aqui não podemos deixar de dizer que é impossível afastar-mo-nos da falta de revisão na leitura do livro. É impossível. É que a autora, por si só, já apresenta uma escrita muito própria, um traço muito característico, o que não é mau e deverá manter.

No entanto, os erros são muitos, não nos referimos a erros como palavras mal escritas, por exemplo, mas sim no sentido em que são utilizados adjectivos contraditórios para descrever uma e a mesma coisa. Durante o texto, e por mais que uma vez, a autora utiliza palavras que não têm nexo ou conexão com a cena o que nos faz equacionar se poderá não estar ciente do significado das mesmas.

É essa a sensação com que ficamos.

Depois, há muitos problemas gramaticais, de conjugação verbal, de construção frásica, etc. Como podem ver, são muitas as coisas que travam a leitura. Não podíamos ignorar e deixar passar.

No que respeita à história em si temos um mundo de fantasia, até aí não há problema, a dificuldade surge quando não nos são dados elementos que nos permitam ir construindo esse mundo na nossa cabeça. Não há nada que nos faça perceber as hierarquias, as cidades, as suas relações, etc. Por que sim, nesta história isso seria necessário como, aliás, vamos percebendo ao longo da trama.

Temos a personagem principal, Náiade, e apenas sabemos que tem cabelos rubros e olhos verdes. E Anacleto, um jovem que se apaixona por aquela. Bem, devemos dizer que o desenrolar da trama é lento, as personagens passam grande parte a questionar-se e a lançar interrogações. Não há propriamente narrador. Há os pensamentos dos personagens. É confuso. A história desenrola-se de uma forma, infelizmente, que vai cansando por não sair do registo, por conter cenas confusas e quase abstractas. Pouco explicadas ou explícitas. Tudo decorrente daquela falta de revisão, do estilo da autora e talvez por ser a sua primeira experiência literária.

Tentámos extrair coisas positivas deste primeiro romance da autora, temos assim que apontar que foi criado um mistério à volta daquelas duas personagens. De uma delas ficámos já com ele desvendado no final do livro. No entanto, o destino/segredo da personagem seguinte ficou em aberto para o segundo volume. A autora deixou aqui a curiosidade aguçada, no entanto, tem muito que trabalhar e precisa de um grande e sério apoio na revisão do seu texto, quanto mais não seja um muito maior cuidado no processo de escrita.

Caso assim não seja, será muito difícil a leitura do segundo volume.

Fazemos votos que o próximo livro seja uma reviravolta tanto para a história, que precisa de mais dinamismo, como para a escrita da autora. Esperamos ver evolução.

Classificação:

- Escrita: 4,5

- História: 6,8

- Revisão do texto: 3,9

- Complexidade: 5

- Trabalho gráfico: 7

Total geral: 5,44

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em:FlyBooks

Sinopse

Náiade, a jovem dos cabelos escarlates, esconde-se nas ruas de Jove, capital de Júpiter quando o palácio arde sob o ataque dos soldados do reino de Plutão. Apenas para encontrar um exército secreto que pratica um estranho sortilégio, Náiade vê-se intrigada em desvendar mais daquele poder do vento. Sem que tudo corra como o seu coração assim o deseja e o Destino resguarde-lhe algo mais do que aquela vida cativa entre as muralhas de Jove, Náiade vê-se a perder tudo quanto lhe é querido e perde quaisquer esperanças na vida.

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