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Opinião: "A viúva negra" de Daniel Silva


"A viúva negra"

de Daniel Silva

Hoje trazemos, pela primeira vez, um livro de Daniel Silva. A primeira vez no blogue e foi a primeira vez que lemos Daniel Silva. Há muito que estávamos para ler alguma coisa do autor português com maior sucesso no estrangeiro, tanto assim é que repousavam três dos seus livros na nossa estante.

Repousavam, porque agora só estão por ler dois.

E começámos pelo fim, ou seja, começámos pelo 16º título do autor. Pois é, o último a ser editado. Porquê? Porque ficámos curiosos e queríamos perceber se os seus livros se liam bem em separado, até porque já são muitos e não os temos a todos... e tê-los significa aquele investimento...

Arriscámos. Embora gostemos de acompanhar as histórias das personagens desde o início. Ainda assim, devemos dizer que é um livro que se lê perfeitamente em separado, é uma história independente, embora, claro, se saiba que os personagens têm toda uma vida além desta trama.

Há episódios que se percebe serem anteriores, bem como a personalidade por inteiro das personagens só seja amplamente aferida se lermos todos os volumes, mas, ainda assim, consegue ler-se o livro sem constrangimentos.

Mas, quanto ao livro em si, como a sinopse indica, o livro trata do tema terrorismo e de como o lendário agente Gabriel Allon tentará infiltrar uma agente na organização terrorista ISIS. A mais temida e combatida dos tempos modernos.

Ficámos surpreendidos pois não estamos diante um agente americano, britânico ou de outra nacionalidade "normal" e habitual neste livros. Não, estamos diante de um agente da secreta israelita. O que por si já traz novidade.

Devemos dizer que é uma leitura que se faz rapidamente, é leve apesar da variada informação que nos transmite. Deu-nos uma perspectiva nova do terrorismo e também do trabalho dos agentes secretos. Ficámos a pensar em como será para um agente infiltrado recuperar depois de meses inserido numa realidade que não é a sua, fingindo ser quem não é. Com a agravante de quase lhe fazerem uma lavagem cerebral para que entre no papel e o desempenhe com sucesso. Todas essas etapas são descritas no livro.

Passamos pelo recrutamento, pelo treino e pelos ataques. Enfim, por tudo. Neste caso, além do treino que os terroristas possam dar, a agente recebe um treino prévio, terá de esquecer quem é. Nasce uma nova pessoa. Mas quais as suas consequências na sua vida futura? Terá futuro após ser infiltrada (deixamos a nota, a agente é recrutada de entre cidadãos normais, poderia ser um de nós.)

Gostámos da história, tem o ar sério que o tema exige, há violência, mas o autor não é bárbaro na forma como a descreve, há momentos de ternura, mas não demasiados.

Não é um livro que nos faça sonhar com ele e quase não dormir só para o ler, mas é daqueles que não conseguimos deixar de não ler. E lemo-lo rapidamente.

Não sabíamos o significado da designação de viúva negra, neste contexto, e ficámos claramente a percebê-lo. Dizemos que faz todo o sentido e o título foi muito bem escolhido.

Percebemos que os livros da série Allon de Daniel Silva tratam de espionagem no seio do terrorismo, ou, pelo menos, vários deles. Com este, ficámos a conhecer um pouco o funcionamento da secreta israelita e das ligações com outros serviços secretos mundiais.

Deixou-nos muito curiosos para ler os outros livros. Deparámo-nos com uma trama bem urdida e inteligente. E olhem que temos reparado que os policiais ligados a este tipo de crime não são o nosso forte. Mas gostámos.

Até agora gostámos do agente Allon, mas sabemos que nos falta ler os outros livros para podermos formar uma melhor opinião do mesmo.

Não ficámos foi muito impressionados com o final, deixou algo a desejar, faltou qualquer coisa. Mas a trama parece ficar em aberto para mais desenvolvimentos. Ficaremos a aguardar.

Apontamos uma característica do livro físico, é pesadíssimo! Assim que o recebemos reparámos nisso. É ligeiramente mais largo que o formato normal, mas isso sente-se no seu peso. Comparativamente a outros livros com igual número de páginas ou até mais, este pesa em média mais 100gr.. É só um apontamento, preparem os braços se forem lê-lo. Mas vale a pena.

Por fim, se ainda não conhecem Daniel Silva, não percam a oportunidade. Se já conhecem e gostam, há novidades para o Agente Allon. E também para o seu agente Mikhail.

Classificação:

- Escrita: 9

- História: 9,2

- Revisão do texto: 8

- Complexidade: 7,5

- Trabalho gráfico: 9

Total: 8,54

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em: HarperCollins

Sinopse

O lendário espião e restaurador de arte Gabriel Allon está prestes a tornar-se chefe dos serviços secretos israelitas. Porém, em vésperas da promoção, os acontecimentos parecem confabular para o atrair para uma última operação no terreno. O ISIS fez explodir uma enorme bomba no distrito do Marais, em Paris, e um governo francês desesperado quer que Gabriel elimine o homem responsável antes que este ataque novamente.

Chamam-lhe Saladino...

É um cérebro terrorista cuja ambição é tão grandiosa quanto o seu nome de guerra, um homem tão esquivo que nem a sua nacionalidade é conhecida. Escudada por um sofisticado software de encriptação, a sua rede comunica em total segredo, mantendo o Ocidente às escuras quanto aos seus planos e não deixando outra opção a Gabriel senão infiltrar uma agente no mais perigoso grupo terrorista que o mundo algum dia conheceu. Trata-se de uma extraordinária jovem médica, tão corajosa quanto bonita. Às ordens de Gabriel, far-se-á passar por uma recruta do ISIS à espera do momento de agir, uma bomba-relógio, uma viúva negra sedenta de sangue. Uma arriscada missão levá-la-á dos agitados subúrbios de Paris à ilha de Santorini e ao brutal mundo do novo califado do Estado Islâmico e, eventual-mente, até Washington, onde o implacável Saladino planeia uma noite apocalíptica de terror que alterará o curso da história. "A Viúva Negra" é um thriller fascinante de uma chocante presciência. Mas é também uma viagem ponderada até ao novo coração das trevas que perseguirá os leitores muito depois de terem virado a última página.

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