Opinião: "Laços perdidos" de Francisca Santos Ferreira
"Laços perdidos"
de Francisca Santos Ferreira
Boa noite leitores, trazemos agora nova opinião. Pois é, o feriado rendeu novamente.
Desta vez apresentamos um livro que nos chamou a atenção por um motivo apenas: ser um romance passado em Leiria. Sim, um romance na nossa cidade. Ficámos curiosos e quisemos conhecer o que a jovem Autora (de 17 anos) tinha para nos mostrar.
Primeiro, temos de dizer que a sinopse apresentada na contracapa do livro não é muito elucidativa do seu conteúdo. Embora nos suscite alguma curiosidade. Aquela que vos apresentamos em baixo foi retirada do site da editora e, essa sim, nos parece mais adequada.
Estamos perante um livro escrito por uma Autora ainda adolescente - bem sabemos que já próxima da idade adulta -, e que retrata as vivências de uma jovem de 12 anos até aos seus 15 anos.
Ao longo do livro, acompanhamos a jovem Camila durante a sua "estadia" no ensino básico. Com tudo o que de bom e de mau isso tem. Temos as amizades, os problemas na escola, os amores, as zangas, os pais. Enfim, tudo aquilo por que passam os adolescentes.
Podemos dizer que acabámos por nos rever aqui e ali. Mas isso parece-nos inevitável. Acabam por ser as vivências quase comuns a todos nós.
Quanto à escrita em si o que podemos dizer é que se nota muito a idade da Autora aquando da escrita deste seu primeiro livro. Porquê? É um livro imaturo, com uma escrita ainda pouco firme e com ideias ainda não muito fortes.
A Autora levou para o papel ideias desnecessárias, acabando por descrever tudo o que se passava com as personagens. Apontamos isto pois há sempre pormenores que podem ser omitidos por não revelarem qualquer relevância para a trama. E foi o que aconteceu, em algumas situações tivemos demasiada informação sem ser necessária.
A própria personagem principal revela isso mesmo. Ideias muito jovens, pensamentos ainda em estruturação. Ao lermos o livro pareceu-nos que estávamos a ler um diário da personagem principal, onde nos relatava o seu dia-a-dia ou mesmo as suas memórias. A um ritmo muito rápido.
Outra ideia com que ficámos é que Camila, a protagonista, se tinha em grande consideração. Na nossa adolescência, teria certamente levado várias vezes com o "piropo": há-des pensar que és boa!
Pois é, Camila descreve-se, inconscientemente, como perfeita, como fazendo tudo, ou quase tudo, bem. O que acabou por irritar a dada altura. Uma perfeição que nos pareceu demasiada e forçada. Ficámos com a dúvida, seria essa a intenção da Autora? Não sabemos.
À parte disso, Camila e os seus amigos são a imagem dos jovens "normais" e mostra-nos as vivências mais comuns. Revelando a Autora, no geral, uma escrita fácil de ler, fluída e desimpedida. Descomplicada, diríamos. Consideramos que se trata de um livro que acaba por ser bom para jovens adolescentes. Certamente que se irão identificar com o que irão ler.
Ficamos à espera de ver a Autora num novo trabalho. Estamos curiosos por conhecer a sua evolução enquanto autora. Tanto a evolução da sua escrita como da sua forma de pensar.
Gostámos, por fim, do facto de não ter complicado a trama do seu livro. De não se ter posto a inventar enredos demasiado dramáticos ou lamechas. Foi um relato romanceado, mas realista. Gostámos disso. Só apontamos um facto onde não ficámos muito esclarecidos: Camila teve um problema de saúde, que escondeu dos amigos, mas a Autora nunca esclarece muito bem qual, apesar de descrever as suas idas ao hospital.
Ficámos a pensar nisso.
Classificação:
- Escrita: 6
- História: 7
- Revisão do texto: 8
- Complexidade: 9
- Trabalho gráfico: 8
Total: 7,6
0 - Péssimo
1 a 3- Muito Mau
4 a 5- Mau
6 a 7- Satisfatório
8- Bom
9 - Muito Bom
10 - Excelente!
Mais informações em: Imagens&Letras
Sinopse
A transição para adolescência é uma fase excitante e de mudança que desperta ansiedade e receio aos pré-adolescentes. Camila, de 12 anos, não é exceção. Ela narra ao longo de 3 anos a sua passagem por esta intensa etapa do desenvolvimento humano. Neste período depara-se com um problema chamado Miguel com o qual vai passar por amores e desamores e num enorme turbilhão emocional vai tomar decisões mais ou menos acertadas. Mas será que perante os obstáculos ela os vai ultrapassar?
