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Opinião: "A biblioteca dos livros proibidos", Tom Pugh


"A biblioteca dos livros proibidos"

de Tom Pugh

Bom dia leitores, hoje trago a opinião a esta novidade da parceira Alma dos Livros.

Para quem tem acompanhado o facebook do blogue sabe que os livros por ler são muitos (mea culpa :D ) e que decidi escrever o nome de todos em papelinhos, dobrá-los e colocá-los numa caixa. Assim, adoptei o novo método de selecção da próxima leitura, uma forma que espero que me traga às mãos livros que estão esquecidos na estante.

A primeira vez que seleccionei um livro assim acabou por me trazer não um livro mais antigo, mas sim uma novidade, pois foi, eu esperava um título de que já nem me recordasse do que era e, afinal, aparece-me um que tinha acabado de receber.

Pois é, li-o e cá estou com a opinião.

Em primeiro lugar fiquei triste com o título, não que o escolhido não seja bom, mas preferia o original. "A biblioteca do diabo". Até porque, é o que faz sentido com o próprio texto da trama. Não sei se houve alguma razão externa para que não se pudesse manter o título, mas gostava de ter visto o original.

Este livro apresenta-nos uma trama histórica, em que um grupo de pessoas se acaba por unir na busca da predita biblioteca. Uma biblioteca que, se imagina existir e que é muito cobiçada, tanto pela igreja católica - porque a quer destruir e impedir que o comum humano lhe aceda, com receio dos enormes conhecimentos capazes de lhes abrir os olhos e os afastar daquela igreja - como pelos Otiosi, um grupo de homens e mulheres que defendem o conhecimento e que todos devem ter acesso ao mesmo.

Acabamos por conhecer Longstaff e Durant, um ex-soldado e um médico, cada um com as suas motivações e que são, separadamente, incumbidos de recuperar livros e textos que ajudarão aquelas instituições inimigas a chegar à biblioteca. Livros com pistas sobre a localização daquela.

A demanda é longa, aventurosa, sangrenta e estratégica. E isso foi interessante e foi o que me foi prendendo. Pareceu-me bem construída.

Confesso que o início foi um pouco confuso e desmotivante. O texto não me estava a prender. O facto de se saltar de um local para o outro e em anos diferentes estava a baralhar-me. Não só pela escrita, mas porque inicialmente os nomes de algumas personagens são parecidos e são várias a surgir.

Mas fui lendo e, felizmente, a leitura foi melhorando. À medida que avançava a história, esta tornava-se mais perceptível e consegui entrar na mesma.

Não posso dizer que seja o livro histórico mais fascinante que já li. Mas está entre os mais interessantes.

Ou seja, é um bom livro. Algo confuso no início, mas que vai desenrolando bem. Tem as suas reviravoltas, os seus mistérios e até um romance leve.

Gostei do facto de o autor não cair no cliché do romantismo. Deu um toque interessante a esse tema, mas sem exagero e sem ser muito explícito.

Também gostei de várias referências que o autor faz à igreja católica e à forma como desde sempre esta manipula o conhecimento a seu bel prazer e a forma como vai beber factos a outras situações para se construir, mostrando que nada é original nessa igreja.

O final deixa a nossa mente a imaginar o próximo destino dos personagens e o que se seguirá. Fiquei a pensar se o autor continuará com estes personagens ou se a sua história ficará por aqui. Gostava de ver uma continuação.

Considero que é um livro de lareira e não tanto de verão. Mas essa é uma sensação minha, até porque, pode ser lido em qualquer altura, ;).

Classificação:

- Escrita: 8

- História: 8,5

- Revisão do texto: 9,9

- Complexidade: 8

- Trabalho gráfico: 9

Total: 8,68

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em: Alma dos livros

Sinopse

Janeiro de 1562. A Europa é o epicentro de uma verdadeira luta entre a luz e as trevas. Em Moscovo, Matthew Longstaff tenta cumprir a missão que lhe foi confiada: roubar um livro da biblioteca privada de Ivan, o Terrível. Longstaff trabalha para os Otiosi, um grupo clandestino de livres-pensadores determinado a manter acesa a chama do livre-pensamento que começa a expandir-se por toda a Europa. Também a trabalhar para os Otiosi encontra-se o médico e aventureiro Gaetan Durant, encarregado de obter um palimpsesto raro. Numa Itália mergulhada na Contrarreforma os inquisidores do papa mostram-se determinados a destruir qualquer foco de conhecimento livre. O seu líder, Gregorio Spina, chefe censor e espião do papa, captura o líder dos Otiosi em Florença e tortura-o em busca de informações. Os segredos da Biblioteca do Diabo podem estar ao alcance de Spina, e os primeiros passos dados pela humanidade em direção ao Iluminismo correm o risco de serem apagados da História.

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