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Opinião: "O templo de Borkudan - Crónicas de Tellargya" de Hélder Martins


"O templo de Borkudan - Crónicas de Tellargya"

de Hélder Martins

Aqui estamos novamente. Hoje trazemos um livro de fantasia. Mais um, é verdade. Embora não seja o nosso género literário de eleição, parece que nos últimos tempos temos lido vários.

Daquilo que já percebemos este "Crónicas de Tellargya" é uma trilogia, sendo este exemplar que vos trazemos o volume I (já temos o volume II na estante - A Asa da Consequência).

Tomámos conhecimento desta saga através do contacto do autor que gentilmente nos deu a conhecer o seu trabalho e hoje trazemos a nossa opinião mais sincera ao mesmo.

Primeiramente, devemos revelar-vos um pouco da temática do livro. Além de ser uma história de fantasia, podemos dizer-vos que tem magos com poderes, dragões, luta entre o bem e o mal e criaturas estranhas.

Há, desde logo, dois mistérios que pautam este volume I, o primeiro que surge nas primeiras páginas diz respeito a Drinus (o dragão), este ser não sabe de onde vem e qual é a sua história e acaba por se deparar com Helzar (aprendiz de mago e personagem principal) que lhe promete descobrir as suas origens.

O segundo mistério, prende-se com o próprio mago aprendiz, Helzar, que confrontado com um ataque à sua aldeia se vê perante desenvolvimentos extraordinários e que colocam em causa a sua própria existência. Afinal quem é Helzar? O que o espera?

Se o primeiro mistério não encontra resposta neste primeiro volume o segundo dilema vai pelo mesmo caminho. Não temos muitas respostas. Embora o segundo dilema vá reunindo algumas pistas e considerações - não vos revelaremos mais.

Passemos agora à opinião em si. Sinceramente, não nos agradou o prólogo do livro. Percebemos a ideia, mas não gostámos. A escrita tornou este início difícil de compreender logo à partida e apesar das 9 páginas que o compõem, o texto é algo denso.

No geral, a escrita não é fluída, a construção das próprias frases nem sempre é a mais correcta, os parágrafos são muito longos e alguns são confusos.

Embora o livro não seja grande (185 páginas) e inicialmente até se começasse a ler bem, o facto é que isso não se mantém ao longo da trama. A escrita do autor neste primeiro livro revela-se imatura, imponderada e necessitada de orientação.

A própria linguagem utilizada não ajuda, não falamos de vocabulário difícil ou de conhecimentos incompreensíveis, porque não é disso que se trata. Mas antes da falta de concretização das ideias do autor.

A história está lá, no livro, mas parece-nos que o autor não conseguiu expressar-se tão bem quanto seria desejável. Não tão correctamente quanto seria de esperar.

Salientamos que a escrita é simples ainda assim, será perceptível para os mais jovens que gostem de ler este tipo de aventuras. No entanto, tra-lhes-á dificuldades a nível de correcção linguística.

A escrita acaba por ser confusa em algumas situações, acabámos por não conseguir imaginar todas as cenas que iam sendo descritas. Dizemos que a jornada do personagem principal, encetada com o seu amigo dragão, não foi de fácil leitura, principalmente o capítulo "Contratempos e Experiências".

No cômputo geral, se por um lado não estamos apaixonados pela trama, por outro estamos curiosos para conhecer a continuação destas crónicas. Esperamos sinceramente encontrar no volume II uma evolução na escrita e na própria história. Esperamos que o ritmo seja um pouco maior e que as personagem evoluam.

Dizemos-vos que no final surge uma nova personagem - Gran, um monge - que em poucas páginas nos despertou mais interesse que os restantes personagens. O dragão, por exemplo, além de figura mítica, nesta trama surge como um ser que pensa e fala como um humano. Ainda não encontrámos a sua utilidade na história. Certamente que isso estará guardado para o volume seguinte.

Já o personagem principal não tem brilho. Não fosse o mistério que o envolve e não teria grande interesse.

Outro ponto que não nos apaixonou, mas que tem sido um problema de vários autores portugueses, é o facto de terem a necessidade de dar nomes estrangeiros aos seus personagem e aos locais. Não percebemos o porquê. Tornaria a leitura mais coerente se os nomes fossem na língua nativa dos autores e, quanto a nós, faria muito mais sentido. Mas é um apontamento muito pessoal da nossa parte.

Face a isto, guardamos alguma expectativa face ao volume II. Um livro de "primeira viagem" é sempre difícil, seja quem for o seu autor e é sempre a cobaia para os erros e para a própria história e imaginação. Pelo que não desistiremos do autor e certamente vos traremos a opinião ao segundo volume.

Classificação:

- Escrita: 4,6

- História: 5

- Revisão do texto: 4

- Complexidade: 6

- Trabalho gráfico: 6

Total: 5,12

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em: Chiado Editora

Sinopse

Tellargya! Um mundo novo e o palco da eterna batalha entre o bem e o mal, que chama a si os seus próprios criadores. Todo um continente ameaçado pela grande voragem que banha a terra com as mais vis e nefastas criaturas, atormentando as constantes guerras entre nações. Helzar Tharmin um jovem humilde e dotado nas artes arcanas que vê na sua pacata vida o desperdiçar das suas qualidades, não reconhecidas, em prol do apoio à própria família. Contundo, ao cruzar a sua vida com um peculiar dragão, vê-se arrastado numa jornada como sendo a reencarnação de um dos criadores de Tellargya. Com o seu lar destruído e a sua família ameaçada, Helzar é obrigado a pactuar num jogo que o conduz num trilho direito a um confronto ancestral.

Destaque
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