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Opinião: "Gabriel, cravo e canela" de Jorge Amado


"Gabriel, cravo e canela"

de Jorge Amado

Boa tarde leitores.

Venho falar-vos do primeiro livro que li do escritor Jorge Amado, "Gabriel, cravo e canela". Já conhecia a telenovela - a mais recente - e tinha curiosidade quanto ao livro e à forma como estaria escrito.

Posso dizer que o original, a história do livro, tem muitas diferenças relativamente à telenovela. Esta é mais romântica e sonhadora e o livro é mais terra e mostra alguma violência.

Já todos devem conhecer a história de Gabriela e Nacib, ela uma jovem livre e ele um árabe dono de um bar. Essencialmente a história gira à volta deles e da sua relação fora dos padrões da altura, mas também da comunidade de Ilhéus.

Uma comunidade fechada, por volta do ano de 1920, com uma mentalidade igualmente fechada e conservadora onde os homens gozavam a vida enquanto as esposas ficavam em casa. Ilhéus vive uma fase de crescimento e agitação política o que gera conflitos e tiroteios.

Como disse, o livro tem muitas diferenças em relação à telenovela. O que também mostra a mentalidade da época em que foi divulgada e os ajustes que se fazem para não chocar quem assiste.

Mas quero falar do que achei do livro. Está fiel ao original, ou seja, em português do Brasil e, se assim não fosse, perder-se-ia muito da essência do mesmo. Digo isto porque, a linguagem utilizada é típica daquela região e época que o escritor quer retratar e uma tradução teria tirado o encanto do livro. Nesse aspecto o livro é muito rico, nas falas, descrições e no retrato de época.

No entanto, demorei um pouco a lê-lo pois é diferente ler o português do Brasil e ouvi-lo na televisão. Isso tornou a leitura demorada. Devo dizer que perto do fim o livro tornou-se algo compacto nas descrições e isso demorou ainda mais a leitura, cheguei mesmo a saltar parágrafos sem achar que a história perdesse com isso.

Foi uma experiência interessante embora demorada, já me falaram de outros livros do escritor que pode ser que experimente.

Classificação:

- Escrita: 8

- História: 8

- Revisão do texto: 9,9

- Complexidade: 7

- Trabalho gráfico: 7

Total: 7,98

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em: Leya

Sinopse:

Gabriela, a mulata com a cor da canela e o cheiro do cravo, ficará na literatura como uma formosa figura de mulher, simples e espontânea, acima do Bem e do Mal. Com o seu inigualável lirismo e inspiração poética, Jorge Amado cria personagens inesquecíveis, e o comovente romance de amor do árabe Nacib e da mulata Gabriela coloca-os, sem dúvida, na galeria dos amantes da História da Literatura. Mas Gabriela, Cravo e Canela é mais do que a história de amor do árabe Nacib e da sertaneja Gabriela. É a crónica de uma pequena cidade baiana, Ilhéus, quando passava por bruscas transformações, por volta do ano de 1925. A riqueza trazida pelo cacau possibilitara o desenvolvimento urbanístico e o progresso económico, transformando profundamente a fisionomia da cidade. Pouco evoluíam, no entanto, os costumes dos habitantes, imperando, naquele cenário de violência, a lei dos mais fortes - os fazendeiros - que tendo a seu trabalho os jagunços, impunham o domínio do ódio e do terror. Sensual e inocente, sábia e pueril, a cozinheira Gabriela conquista não apenas o coração de Nacib e de uma porção de ilheenses, mas também o de leitores de vários países e gerações. Levada para a televisão, a sua história transformou-se numa das telenovelas brasileiras de maior sucesso pelo mundo fora. No cinema, o papel de Nacib é vivido por Marcello Mastroianni, e o de Gabriela por Sónia Braga, como já acontecera na novela.

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