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Opinião: "Anjos" de Carlos Silva


"Anjos"

de Carlos Silva

Olá leitores, parece que a nossa queda para livros de ficção científica continua. É verdade, já há uns tempos que temos trazido livros de ficção científica, não é propositado, acreditem, até porque na sua maioria só percebemos o que estamos a ler depois de começarmos.

Mas este "Anjos" não está inserido nessa categoria, isto porque, quando pegámos nele sabíamos que íamos ler ficção científica ou especulativa. Porquê? Porque é essa a especialidade da Editoral Divergência .

Ainda estava a caminhar para a gráfica e a editora convidou-nos a espreitar a versão digital e a escrevermos umas palavras que viessem a constar na versão em papel. Embora sejamos avessos a formatos e-book, como bem sabem, não deixámos de "espreitar" e de dar o nosso contributo: "Só podemos dizer, nestas parcas palavras, que Ana, a protagonista, nos aguçou a curiosidade e adivinhamos, pelo que lemos, um policial futurista inquietante e surpreendente. Estamos a conter-nos até agarrarmos a versão em papel. Autores portugueses a surpreender. Ansiosos por vê-lo cá fora. ".

Não podíamos estar mais enganados. Enganados em relação à protagonista, pois Ana não foi a protagonista. Serafim foi o real protagonista, tendo-se destacado ao longo de toda a trama. Se Ana teve o seu papel, esse foi suplantado por Serafim.

Mas não nos enganámos quando afirmámos que estávamos diante um policial futurista inquietante e surpreendente. Porque aí acertámos.

Anjos são mensageiros que transportam e fazem chegar ao destinatário a mensagem que o remetente não quer ver inserida na internet.

Mas não só, Serafim esconde na cave da sua Torre uma máquina poderosa que ligada à internet é capaz de grandes feitos, vigiando tudo e todos. Como não podia deixar de ser, uma máquina dessas gera cobiça e sede de poder. Será que os Anjos serão capazes de a proteger?

Conseguirão os vilões desta trama alcançar o que desejam?

São estas as perguntas que directamente podemos deixar no ar. Mas muitas outras surgem, ao lermos o livro ficamos nitidamente com a sensação de que tudo o que ali vem contado pelo autor poderá acontecer. Não vemos ali uma história irreal, muito pelo contrário. Já estivemos mais longe. São muitos os pormenores científicos e tecnológicos que nos põem a pensar e a reflectir sobre o caminho que leva a nossa sociedade e para onde nos levará a tecnologia.

Um facto curioso, quando íamos a meio do livro reparámos que o mesmo nos fazia lembrar imenso a série de televisão "Person of interest", ou melhor, "Sob suspeita" título em Portugal, da FOX. Uma série que gostámos de começar a acompanhar - mas que infelizmente não temos tido disponibilidade para continuar.

Embora com algumas nuances diferentes, a máquina nesta série é usada para aquilo que um dos vilões do livro tencionava - combater o crime. O fundo da intenção não era mau, mas o método de lá chegar sim.

Foi uma boa estreita connosco da Editorial Divergência e do autor. Gostámos do texto, escrito de uma forma simples e perceptível, embora não nos tenhamos apaixonado perdidamente por nenhuma personagem.

Fica a história na memória como uma boa ficção científica, não muito longe da realidade.

Classificação:

- Escrita: 8

- História: 9

- Revisão do texto: 7

- Complexidade: 8

- Trabalho gráfico: 7

Total: 7,8

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em: Editorial Divergência

Sinopse

Numa Lisboa futurista, reconstruída após um terramoto ainda maior do que o de 1755, a informação é mais preciosa do que nunca. A mais delicada e desejada não pode correr o risco de circular pela omnipresente Internet — tem de voar sobre ela, nas mãos inefáveis daqueles que se auto-intitulam de Anjos. Mas nem eles estão seguros, agora que os seus inimigos sabem da terrível arma da qual são guardiões. Um engenho apenas possível no passado, capaz de inverter a balança do poder da nova cidade. O círculo está a apertar, cada vez mais letal. Ninguém sairá ileso.

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