Opinião: "Todos iguais, poucos diferentes", Morais de Carvalho
"Todos iguais, poucos diferentes"
de Morais de Carvalho
Boa tarde leitores, hoje apresentamos este livro, "Todos iguais, poucos diferentes".
Já o temos connosco há já algum tempo e eis que chegou a sua hora de ser lido.
Estávamos um pouco renitentes relativamente a este livro, pois a sinopse pouco nos revelava do seu conteúdo. E isso, conjugado com o título e a capa deixava-nos de pé atrás. Não conseguimos ligar-nos a eles, ao título e à capa. Embora no fim, consigamos perceber o seu significado.
Começámos a lê-lo com a mente o mais aberta possível. Reparámos que foi inserido na colecção "palavras soltas", sem perceber, no final, o porquê.
Encontrámos um texto que, no geral, surpreendeu muito. Gostámos.
Temos um livro que nos oferece uma leitura rápida e fácil. Vamos acompanhando o dia-a-dia de um adulto, sem nunca sabermos o seu nome. Percebemos que algo se passa com ele. Que é uma pessoa reservada e que tem como única ligação afectiva uma vizinha, D. Maria.
Encontramos um livro sério, acompanhamos a introspecção do personagem principal e os episódios que nos vai relatando. Episódios esses que nos mostram situações da sua infância e que o levaram ao momento em que a trama vai decorrendo, dentro do apartamento do personagem e no seu quotidiano.
Não queremos revelar muito.
Mas temos a dizer que, apesar e irmos notando que algo havia com este personagem, recebemos um soco no estômago ao ler as páginas finais. Sustemos a respiração.
Um final surpreendente e, arriscamos, até apaixonante. É, sem dúvida, um livro sobre a diferença e igualdade. Mas, parece-nos, a cima de tudo, um livro sobre amor e afecto. O percebermos os desígnios da vida , o poder do afecto, da amizade, a saudade e a entrega ao outro.
E esqueçam se acham que vão encontrar uma relação amorosa.
Tão simples e surpreendente.
Classificação:
- Escrita: 9
- História: 9
- Revisão do texto: 9,9
- Complexidade: 9
- Trabalho gráfico: 7
Total: 8,78
0 - Péssimo
1 a 3- Muito Mau
4 a 5- Mau
6 a 7- Satisfatório
8- Bom
9 - Muito Bom
10 - Excelente!
Mais informações em: Chiado Books
Sinopse
Agora, neste preciso momento, esqueça o que está ao seu redor. Pare e sente-se comigo neste banco de jardim. Observe todas estas pessoas que correm, que sobrevivem, que morrem. Sinta o seu cheiro a desespero, veja a sua luta diária para pertencer à sociedade. Repare agora nos pormenores: a vizinha que me acolhe nos seus braços e me vem dizer um «olá», uma mulher que foge de mim por ter medo de se tornar num ser louco como eu e um gato que se esfrega nas minhas pernas. Venha, sente-se comigo no meu banco de jardim e no final poderá decidir se quer ser afinal como todos os outros, levantar-se e ir a correr atrás de todos nós, à procura de coisa nenhuma, ou se por outro lado prefere sentar-se neste banco e caminhar os seus próprios pensamentos. Sente-se, vou contar-lhe a minha estória, a minha loucura.