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Coluna do Autor: "Não ser amarga e azeda" de Ana Silvestre


"Não ser amarga e azeda"

de Ana Silvestre

Muitas pessoas perante o sofrimento e as agruras da vida fecham-se como ouriços cheios de espinhos à sua volta, não deixando ninguém, aproximar-se. Eu não sou assim, simplesmente porque decidi não o ser. Não quero ser uma pessoa amarga e azeda com a vida, não quero passar os dias aos «ais» e a maldizer a minha sorte, não quero revoltar-me quando as coisas não me correm bem. Quero ser sempre positiva, quero mostrar aos meus filhos como enfrentamos as adversidades e quero que eles saibam que por muito que as coisas corram mal, há-de haver sempre dias melhores. Por isso quando os meus amigos se oferecem para me ajudar, eu aceito a sua ajuda. Quando eu chegava do hospital, depois de ter ido visitar a minha mãe e eles tinham comida pronta à minha espera, eu aceitava e comia com satisfação, agradecendo-lhes do fundo do coração porque sabia que era a sua forma de demonstrarem que estavam ali para mim. A comida que eles preparavam para mim era uma forma de amor, faria algum sentido recusar, simplesmente porque estava triste e cansada? Claro que não. Todos nós passamos por provações difíceis na vida, cada um encara-as como pode ou quer. Eu tento encarar tudo de forma positiva, mantendo a esperança e lutando por aquilo que quero. E aceitando e sorrindo, quando não há volta a dar. O importante é analisarmos as nossas reações e ver se fazem sentido. Queremos ser amargos ou doces?

Ana Silvestre

Setembro 2018

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