Opinião: "Os homens que os pássaros comem" de Francisco Sousa Vieira
"Os homens que os pássaros comem"
de Francisco Sousa Vieira
Boa tarde leitores, hoje dou a minha opinião sobre este estranho livro.
Sim, estranho. Desde logo a sinopse obriga-nos a pensar e a ponderar na mensagem que é transmitida.
Esta é a história de um ministro que sofre um acidente de aviação, ele, no seu lugar alto na hierarquia quer porque quer viajar de avião durante uma tempestade. Essa sua vontade faz com que os acontecimentos se precipitem e que mais pessoas morram. Aquilo que para ele era imprescindível, chegara a Bruxelas para resolver um grave problema, acaba por revelar-se uma pequena ninharia no meio de tudo aquilo que lhe irá acontecer.
Com este acidente, vê-se preso numa montanhas espanholas. Isolado. Longe de tudo.
Tem de lutar por sobreviver. Ou por morrer.
Este livro é complexo, não o aconselho a quem não estiver muito à vontade com a leitura em geral.
Achei o livro de certa forma fascinante, o autor mostra-nos as várias formas como podemos morrer e, no final, o ´título faz sentido e tudo faz sentido e... bem, acabei por pensar "ele tem razão".
Achei o final do livro uma coisa fantástica, depois de tudo o que acontece o final é qualquer coisa de notável.
Um livro com uma prosa, arrisco a dizer, poética, que nos leva a viajar pelos medos do Homem e pelas coisas que nos matam sem muitas vezes nos apercebermos.
Gostei.
Classificação:
- Escrita: 9,5
- História: 10
- Revisão do texto: 9,8
- Complexidade: 7
- Trabalho gráfico: 9
Total: 9,06
0 - Péssimo
1 a 3- Muito Mau
4 a 5- Mau
6 a 7- Satisfatório
8- Bom
9 - Muito Bom
10 - Excelente!
Mais informações em: Verso de História
Sinopse
Um homem que se deixa comer por um pássaro só pode estar morto. De medo, de frio, de vergonha, de susto, de ansiedade, de amor. O ministro, que se narra a si próprio, morre pela primeira vez quando o avião se despenha no topo da montanha. Ao descê-la, entre Cume, Vale e Sopé, morre tantas vezes que lhes chega a sobreviver a todas. "Os Homens que os Pássaros Comem" poderia contar a história da morte de um ministro na montanha. Seria essa a vontade do leitor. Mas é sobre essa vontade que a história conta.
