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Opinião: "A Tomada de Madrid" de Mário Silva Carvalho


"Tomada de Madrid"

de Mário Silva Carvalho

Olá leitores.

Hoje falo-vos de um livro histórico. Tenho aprendido a gostar deste género literário e arriscado em ler alguns sobre a nossa história, que é vasta.

A minha primeira aventura foi com "O último conjurado" de Isabel Ricardo, de que já falei aqui. (Leiam AQUI). Uma experiência que correu muito bem e que me lançou na aquisição de mais alguns livros históricos da Edições Saída de Emergência, aproveitando a promoção que têm no site de 2=3.

E "A tomada de Madrid" foi um dos que escolhi na altura. A sinopse parecia prometer uma história interessante e a capa foi, confesso, apelativa.

Ia com alguma expectativa, no entanto, senti-me desiludida com este romance.

A tomada de Madrid, mote para este livro, é feita tão rapidamente e logo na primeira metade do livro que quase nem se dá por ela. Tive de voltar atrás e reler o parágrafo para ter a certeza que tinha sido aquilo, sim, um parágrafo. Não encontrei a publicitada "humilhação aos espanhóis", foi tão leve a passagem que nem se percebe.

Talvez o título e a sinopse não tenham sido os mais indicados e induzam em erro, ou então, o autor não conseguiu transmitir tudo o que queria.

Falando concretamente da história, posso dizer que é narrada por Francisco de Brites um oficial brasileiro ao serviço da coroa portuguesa. Este personagem/ narrador vai-nos contando as batalhas que são travadas contra os espanhóis, descrevendo tudo quanto sucede e a trama vai-se prolongando ao longo dos anos de 1706 e seguintes.

Devo dizer que achei a componente romântica deste romance, desculpem a redundância, um pouco aquém. Francisco de Brites cai de amores por uma espanhola, mas esse amor não criou uma ligação comigo enquanto leitora. Ficou estranho este sentimento do personagem. Foi, lá está, rápido demais.

Por outro lado, gostei mais da segunda metade do livro, quando as batalhas para Francisco começam a reduzir e parte para o Brasil seguindo as ordens da coroa, no sentido de lidar com a captura de escravos negros e trazer os tesouros para Portugal. Esta segunda parte, sou eu que estou a dividir o livro assim, pareceu-me muito mais interessante e li-a com mais afinco.

Francisco de Brites, no geral, pode ser descrito como um oficial humilde, que foi crescendo "na carreira" aos poucos e devido a bons relacionamentos e bons serviços prestados, que criou inimizade com o rei sem se perceber muito bem o motivo, um oficial que sofre na pele a guerra e que fica com lesões físicas em sua consequência. Além disso, o seu inseparável "pajem", ou se calhar "assistente" - eles chamam-lhe impedido - e amigo "Carona", resmungão e refilão, revela-se uma constante durante a trama e ainda surge Estrela, uma escrava oferecida a este oficial e que o acompanhará para Portugal.

Devo confessar que gostei mais do livro quando Estrela chegou à vida de Francisco e talvez se essa fase tivesse sido mais bem explorada teria dado um enredo muito mais rico e interessante.

Este livro não foi mau, mas não me deslumbrou como o "O último conjurado".

Classificação:

- Escrita: 6

- História: 6

- Revisão do texto: 9

- Complexidade: 7

- Trabalho gráfico: 9

Total: 7,4

0 - Péssimo

1 a 3- Muito Mau

4 a 5- Mau

6 a 7- Satisfatório

8- Bom

9 - Muito Bom

10 - Excelente!

Mais informações em: Edições Saída de Emergência

Sinopse:

Um romance épico que nos conta como o exército português conseguiu um dos maiores feitos da sua história: humilhar Espanha.

A Tomada de Madrid é um romance épico que nos conta como, em junho de 1706, o exército português conseguiu um dos maiores feitos da sua história: humilhar Espanha. Lavava-se assim com sangue e glória os vexames sofridos um século atrás, quando Filipe de Espanha se proclamara rei de Portugal. É Francisco de Brites, oficial português, quem nos relata esses dias feitos de golpes de espada, pólvora e morte. Mas antes de entrar em Madrid com um exército de vinte mil homens, Francisco ocupara Salamanca. E foi nessa cidade que o militar – que sofreu várias mutilações nos campos de batalha – entregou a parte mais importante de si: o seu coração. Ficou com uma morena de olhos verdes que o seduziu de uma janela. Uma vitória improvável em batalha, um amor impossível no coração, cicatrizes em todo o corpo, as agruras do cárcere e da ingratidão… mais do que a história de um veterano português, este é o relato apaixonante de um período fundamental da História de Portugal que ficou soterrado nas memórias curtas das nossas gentes.

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